Programa de Pós-Graduação em Teatro

Barbara Biscaro – Currículo Lattes
Orientadora: Professora Doutora Sandra Meyer Nunes (UDESC)

Vozes nômades: escutas e escritas da voz em performance

Resumo:
 O foco desta tese é o papel da escuta nos processos de formação e de
criação vocal e cênica e os desdobramentos que uma escuta qualificada
pode gerar em pesquisas vocais teóricas e práticas para a cena. 
A pesquisa parte da seguinte perspectiva: o que acontece quando passo a
pensar as vozes a partir da escuta? Quais questões emergem dessa
mudança de perspectiva? Quais os tipos de escuta que aparecem no
estudo das vozes? A escuta abordada neste estudo evoca uma
compreensão da dimensão sonora da voz não só através do órgão do
ouvido, mas envolve também aspectos da elaboração do pensamento
conceitual, estético, expressivo e poético acerca da sonoridade da voz
humana na cena. Sendo assim, a escuta, como termo e prática
multiforme, se desenvolve por meio da seguinte estratégia: assim como
se diz que é necessário diversificar os pontos de vista de um tema, o
trabalho parte da ideia de diversificar os pontos de escuta das vozes em
performance. A organização estrutural se dá por textos independentes e
ao mesmo tempo conectados, nos quais o ponto de convergência é a
centralidade do corpo em uma discussão teórica que se propõe a pensar
a vocalidade do/a artista em performance. As ideias de escuta
encarnada, de diversidade dos corpos das vozes, do corpo invertido, de
metáforas do corpo-voz, de corpo musical ou de vozes nômades
permeiam essa escrita, escolhendo mostrar a diversidade e seus
possíveis paradoxos.

Banca de Defesa: Professora Doutora Sandra Meyer Nunes (UDESC), Professora Doutora Maria Brígida de Miranda (UDESC), Professor Doutor José Ronaldo Faleiro (UDESC), Professora Doutora Janaína Träsel Martins (UFSC), Professor Doutor Ernani Maletta (UFMG).
Data da Defesa: 16/03/15
[TESE]


Daiane Dordete – Currículo Lattes
Orientadora: Professora Doutora Maria Brígida de Miranda (UDESC)

POSSÍVEL CARTOGRAFIA PARA UM CORPO VOCAL QUEER EM PERFORMANCE

Resumo:
 Esta tese problematiza relações entre vocalidade e gênero no treinamento de atuantes e na criação atoral no teatro a partir da seguinte questão: como é possível desestabilizar o binarismo logocêntrico (homem versus mulher) da representação de gênero em cena através do corpo vocal? A hipótese é que ao desestabilizar padrões de vocalidade em cena seja possível também desestabilizar outros padrões, como a representação cultural de gênero através da vocalidade. Visando investigar esta questão, esta tese utiliza a cartografia e a autoetnografia como metodologias para mapear pistas interdisciplinares que apontam para engendramentos, dissonâncias e queerizações de corpos vocais em performance. Adota-se o termo corpo vocal, principalmente a partir da filósofa Adriana Cavarero, para se fazer referência à integridade psicofísica entre corpo e voz. Nas Teorias de Gênero, o queer diz respeito a não fixação de identidades sexuais, a entre-lugares dissonantes de gênero. A busca da queerização do corpo vocal no processo de criação da peça Pequeno Manual de Inapropriações visou corporificar a hipótese desta pesquisa. Palavras-chave: voz, corpo vocal, dissonância, queer, teatro performativo.

Banca de Defesa: Professoras Doutoras: Maria Brígida de Miranda - Orientadora - UDESC, Coorientadora: Janaína Träsel Martins - UFSC, Meran M.C. Vargens - UFBA, Wânia M.A. Storolli - FASM - Sandra Meyer Nunes - UDESC e Fátima Costa de Lima - UDESC.
Data da Defesa: 02/07/15
[TESE]


Diego de Medeiros Pereira – Currículo Lattes
Orientadora: Professora Doutora Beatriz Cabral (UDESC)

DRAMA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
EXPERIMENTOS TEATRAIS COM CRIANÇAS DE 02 A 06 ANOS

Resumo:
 Esta tese investiga o Drama – abordagem inglesa de ensino e experimentação teatral – como uma possibilidade metodológica para um trabalho de iniciação teatral na Educação Infantil. Busca-se estruturar procedimentos pedagógicos que se relacionem com as especificidades da infância por meio da proposição de uma prática baseada tanto em experiências e teorias teatrais quanto nas propostas curriculares dessa etapa da educação. Para tanto, inicia-se apresentando as propostas nacionais e municipais para o ensino da arte e do teatro na Educação Infantil. Na sequência, apresenta-se a teoria do Drama a partir de autores brasileiros e ingleses que discutem esse método – Bowell e Heap, Neelands e Goode, O'Neill, Farmer, Chalmers, Cabral e Desgranges. Segue-se retratando e discutindo 09 processos de Drama desenvolvidos com crianças entre 02 e 06 anos de idade, a fim de se apresentar evidências sobre a proximidade do Drama com o trabalho pedagógico desenvolvido com crianças dessa faixa etária. Os experimentos ocorreram em instituições públicas de ensino infantil de Florianópolis / Brasil e foram conduzidos por professores que participam do grupo de teatro, "Trupe da Alegria". Um diálogo com a teoria de Lev Vygotsky fundamentou este estudo. 

Palavras-chave: Pedagogia do Teatro. Educação Infantil. Drama. Psicologia do Desenvolvimento. Vygotsky.
Banca de Defesa: Professores Doutores: Maria Brígida de Miranda - Presidenta/UDESC, Flávio Desgranges - USP, Dr. Gilberto Icle - UFRGS, Vera Collaço - UDESC - Vicente Concilio - UDESC
Data da Defesa: 26/03/15
[TESE]
 

Eder Sumariva Rodrigues – Currículo Lattes
Orientadora: Profa. Dra. Vera Regina Martins Collaço (UDESC)

O EMBATE ALÉM DO SANGUE E DA CARNE DE RUTH ESCOBAR:
FACETAS DE UMA GUERREIRA

Resumo:
 Quem foi Ruth Escobar? É possível responder a essa questão? A unicidade de uma pessoa, do ponto de vista adotado nesta tese, só é compreensível na percepção maior de sua individualidade, enquanto sujeito inserido em seu contexto social. Desta perspectiva, procura-se compreender as trajetórias percorridas por Ruth Escobar entre 1935 e 1990, quando esta empreendeu uma série de atividades profissionais e de lutas sócio-políticas. Com este recorte temporal – 1935 a 1990 – e o acesso a inúmeros documentos, ainda não trabalhados na historiografia teatral brasileira, foi possível estabelecer um olhar multifacetado para Ruth Escobar, e construir uma narrativa de vida compreendida como relato de práticas. Ao olhar esse tempo de cinquenta e cinco anos, privilegiando o nível do indivíduo, percebe-se as inúmeras práticas, artísticas e políticas, que contaram com o impulso inicial ou com envolvimento posterior, porém muito relevante, de Ruth Escobar. Para melhor narrar essa dimensão do vivido, construiu-se oito facetas dessa personagem, que correspondem a traços bem definidos enquanto experiências elaborados com ou a partir de seu envolvimento pessoal. Para essas facetas procurei encontrar um título que sintetizasse a essência da prática que eu estava relatando no conjunto do capítulo em questão. Para recontar o percurso dessa personagem foram elaborados os seguintes títulos, em sequência com a estrutura dos capítulos desta tese: A Aventureira, A Novata, A Produtora, A Rebelada, A Organizadora, A Resistente, A Feminista, A Ressurgida. Estes foram os oito diferentes olhares para as experiências vivenciadas por Ruth Escobar. Ressalta-se que esse relato foi elaborado a partir do cruzamento de fontes orais e documentos escritos. Sendo esses último centrados, em sua grande maioria, em material jornalístico e documentos liberados dos porões da censura da última ditadura brasileira. Para complementar essa narrativa textual, elaborei ao final de cada capítulo, um dossiê de imagens, muitas delas inéditas no Brasil e em Portugal. O estudos dos diferentes caminhos trilhados por Ruth Escobar enquanto atriz, produtora, empresaria, feminista, deputada e agente cultural, tornam possível uma leitura dos acontecimentos e da sociedade na qual ela estava inserida. Permite, principalmente, compreender as transformações ocorridas no teatro paulista, e as suas reverberações no teatro praticado no Brasil, e, como consequência, alinhando o teatro brasileiro às vanguardas cênicas, e políticas, do século XX.

Banca de Defesa: Profa. Dra. Vera Regina Martins Collaço (UDESC), Orientadora. Profa. Dra. Fátima Costa de Lima (UDESC), Profa. Dra. Tereza Mara Franzoni (UDESC), Prof. Dr. Luis Humberto Martins Arantes (UFU), Profa. Dra. Elizabeth Ferreira Cardoso Ribeiro Azevedo (USP)
Data da Defesa: 31/03/2015
[TESE]

 
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